Inglês todo dia: mais do mesmo ou uma verdadeira imersão?
- strassburgertabita
- 26 de ago.
- 2 min de leitura
Por Heloísa Tambosi - Diretora da Language In Life

Semana passada, uma amiga me contou que o filho havia mudado de escola. A grande novidade? Agora ele teria inglês todos os dias. Mas logo veio a preocupação: “Ele está com dificuldades para a prova, será que você pode ajudar?”.
Quando vi o material, percebi que o tal “inglês todo dia” se resumia a mais aulas de gramática, vocabulário isolado e exercícios para decorar regras. A avaliação cobrava tempos verbais e listas de palavras, mas pouco dizia sobre a capacidade real de comunicação da criança.
Isso me fez refletir: o que realmente significa oferecer inglês diariamente em uma escola?
Será que é apenas aumentar a carga horária?
Ou deveria ser a oportunidade de tornar o inglês parte da vida do estudante, algo que ele consegue usar, compreender e se expressar?
Acredito profundamente no potencial de programas bilíngues e na ideia de contato diário com o idioma. No entanto, para que façam sentido, eles precisam ser planejados a partir de perguntas fundamentais:
Que tipo de inglês queremos que nossos alunos aprendam?
De que forma esse programa vai começar, se desenvolver e se consolidar?
Qual é a jornada de aprendizado que oferecemos?
Se o objetivo é apenas multiplicar aulas focadas em gramática e provas, corremos o risco de criar uma ilusão de aprendizado. Nesse caso, não há diferença significativa em relação ao modelo tradicional.
Como mestre em Linguística Aplicada e fundadora da minha própria escola, defendo que as instituições precisam de uma visão clara sobre bilinguismo e sobre como as crianças realmente aprendem. Isso passa por:
Planejamento pedagógico consistente;
Formação e acompanhamento contínuo dos professores;
Reflexão constante sobre as práticas em sala de aula;
Integração do inglês na experiência escolar como um todo.
Mais do que contratar um programa pronto ou uma editora, é essencial construir um caminho que garanta resultados reais. Só assim o inglês deixa de ser “mais uma disciplina” e se transforma em uma ferramenta de comunicação, de expressão e de liberdade.
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